segunda-feira, 13 de maio de 2013

“Se queres tornar-te santa, faze-o logo, não há tempo a perder”


Foi em Mornese, situada no norte da Itália, na região de Monferrato, que no dia 9 de maio de 1837, nasceu Maria Domingas Mazzarello, filha de José Mazzarello e de Maria Madalena Calcagno. Foi a primeira de 10 filhos.  Cresceu em uma família imersa numa rede de relações positivas, tecidas num ambiente familiar rico de amor humano, fé, diálogo sincero e respeitoso. Descobriu através da experiência cotidiana o elemento religioso como parte integrante da vida individual e coletiva, assim foi adquirindo confiança em si mesma. Por ser a mais velha de nove irmãos, sempre colaborou na educação e cuidado da casa. Logo aprendeu com a sua mãe os mais bonitos gestos de feminilidade.
Com o passar do tempo as virtudes cristãs iam crescendo no coração da pequena “Maín”, assim era conhecida pelos seus familiares e amigos. Desde sua infância, ela possuía uma sensibilidade concreta e inteligente em relação a Deus. Revela isso a sua conhecida pergunta, feita ao pai: “O que é que Deus fazia, antes de criar o mundo?”. E o pai lhe respondeu: “Conhecia a si mesmo, amava a si mesmo e era feliz em si mesmo”. Maín sempre foi uma menina extrovertida, alegre, comunicativa, brincalhona e procurava estar de bem com todos.
Desde cedo ajudava seu pai no trabalho dos vinhedos. Notava-se nela forte caráter, espírito de liderança e a capacidade de ter pessoas sempre ao seu redor. Em 1850 fez a primeira comunhão. Para Maín, a paróquia foi lugar de formação e de crescimento pessoal e apostólico. A partir de 1853, passou a frequentar a Pia União da Imaculada, organizada por sua amiga Ângela Maccagno, juntamente com outras jovens da comunidade. Tinha a finalidade de consagrar sua vida a Deus, cultivando a modéstia, a amabilidade e a paciência.
Na sua vida resplandeceu com clareza e dinamismo a fidelidade à vocação batismal, fecundada pela ação do Espírito Santo. Isso não significa que sua caminhada tenha sido isenta de paradas, cansaços, dúvidas e medos.
Em 1860, o tifo abateu a região de Mornese. A família de seu tio foi uma das primeiras a contrair a doença. A convite de Pe. Pestarino, Maria vai ajudá-los mesmo sabendo que poderia adoecer, o que realmente aconteceu. Mazzarello vê o rumo de sua vida mudar quando contrai o tifo. Para Maria Mazzarello, foi um recomeço, numa estrada nova, não uma simples mudança de atividade (costuma-se dizer: antes era uma camponesa robusta, depois de ter ficado doente, passou a ser costureira). Foi realmente uma tomada de consciência na qual “algo” fecundo amadureceu. As provações e as dificuldades, de modo especial a doença do tifo, conduziram-na a aceitar das mãos de Jesus e Maria uma nova entrega de vida, a que nasce do ser e estar em Deus, totalmente entregue em suas mãos. É essa experiência da purificação, através da participação livre e consciente no Mistério Pascal de Jesus, que a ajuda a atingir a vida plena, segundo o Espírito Santo. A vida de Maria, portanto, foi fecundada pelo Espírito e progressivamente transformada. E foi justamente o realismo e a concretude de tal caminhada que a fez tão santa e tão humana.
Certa vez, ao caminhar pela colina de Borgo Alto, vê diante de si um alto edifício com muitas meninas correndo, brincando num grande pátio interno e ouve nitidamente estas palavras: “A ti as confio!” Não podendo mais trabalhar no campo, decide aprender a costurar para ensinar as jovens da sua pequena cidade uma profissão, mas, sobretudo a amar o Senhor. Com a amiga Petronilla, aprende a costurar e logo abre uma sala de costura para ensinar o ofício para as meninas pobres. Dizia sempre às meninas: “Cada ponto seja um ato de amor a Deus”. Logo, as famílias começaram a mandar-lhe as filhas e as aulas de costura tornaram-se aulas de treinamento na virtude.  A oficina passou a ser um novo lar para as várias meninas, que viam em Maria sua segunda mãe. Com o passar do tempo, todos os domingos, após a missa, na praça da igreja, outras crianças se uniam a Maria e a Petronilla, para brincar e se divertir.
Em 1864, Dom Bosco chegou a Mornese com seus meninos e todos queriam vê-lo e ouvi-lo. Antes de partir, Dom Bosco falou com as Filhas de Maria Imaculada e ficou conhecendo a iniciativa de Maria e Petronilla: a oficina de costura, o orfanato e a recreação aos domingos para todas as crianças da vila. Durante esta visita Maria Mazzarello reconheceu a santidade de Dom Bosco e afirmou: “Dom Bosco é um santo, eu o sinto”.

 Os anos passaram e no dia 05 de agosto de 1872, Dom Bosco funda o Instituto das Filhas de Maria Auxiliadora. Ir. Maria Mazzarello com mais 10 irmãs fazem sua entrega ao Senhor. Como Filha de Maria Auxiliadora foi logo eleita a primeira Superiora. Exerceu tal serviço com simplicidade e equilíbrio sendo sempre uma irmã entre as irmãs. Madre Mazzarello escrevia cartas para cada uma das Irmãs, e fazia chegar até elas o seu carinho materno e particular.
    Maria Mazzarello, fez da sabedoria a sua “forma de vida”, ela abriu espaço para esse dom que fez dela uma mulher sábia e prudente, mãe e educadora da primeira comunidade de  Mornese.  Mulher que é atual na verdade de seu ser, na sua abertura ao Espírito, na sua resposta corajosa e sábia às iniciativas divinas. Guardava em si a sabedoria da atenção, do acolhimento, da prova de confiança que gera confiança e transparência do ser desvendado com coragem da fraqueza e da verdade que liberta.
A sabedoria de Madre Mazzarello se alimenta da Eucaristia.  Em Mornese tudo atesta isso: a janelinha da Valponasca, a igreja paroquial, a capela do colégio, os vinhedos, os campos: tudo tem sabor de Eucaristia. Madre Mazzarello também viveu sempre na presença de Nossa Senhora e sob sua sábia direção, e foi na escola de Maria que Mazzarello crescia em santidade e sabedoria, numa familiaridade simples, e em filial confiança em Nossa Senhora .Olhando a vida de Mazzarello é fácil encontrar nela essas características da sabedoria feminina. Ela soube realizar aquilo que ensina às suas filhas: Ser verdadeiras imagens de Maria.
Madre Mazzarello faleceu no dia 14 de maio de 1881. Teve uma vida breve, 44 anos, mas foi uma chama de amor contagiante. Suas filhas continuaram alimentando esse trabalho em todos os continentes, fiéis aos ideais de Dom Bosco e de Madre Mazzarello. Seu itinerário de luz e sombras como de todo ser humano, chega ao ápice da santidade reconhecida pela Igreja, mediante sua canonização no dia 24 de junho de 1951, pelo Papa Pio XII.
Santa Maria Domingas Mazzarello, ROGAI POR NÓS!


Fontes bibliográficas:
Contigo, Main, Pelos caminhos da vida. Subsídio projeto Mornese
(Monica Menegusi e Piera Ruffinatto - FMA)
 Nas pegadas de Madre Mazzarello mulher sábia
(Anita Deleidi e Maria Ko – FMA)



                                                Maria Leonora Ferreira Lima
Etiene de Lima Oliveira
Noviças, FMA –  Residentes em São Paulo.

(Pertencentes à Inspetoria Maria Auxiliadora – Nordeste)


Um comentário:

  1. Parabéns pela bela publicação sobre Madre Mazzarello. Que ela seja para vocês, modelo de santidade.
    Feliz Festa de Madre Mazzarello!

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