terça-feira, 25 de fevereiro de 2014

Os primeiros salesianos mártires: Versiglia e Caravario.


Luís Versiglia e Calisto Caravario foram declarados mártires da Igreja Católica em 1976, pelo Papa Paulo VI.

Mas o que é um mártir?

Mártir é aquele que preferiu morrer a renunciar à sua fé. Os salesianos Versiglia e Caravario são mártires, porque deram suas vidas para a salvação dos jovens, sem renunciar a sua fé.

Em 1930 Versiglia e Caravario junto com mais 5 jovens, foram para Linchow (China), para a missão salesiana, para anunciar o Evangelho. Durante a viagem, foram presos por bandidos que queriam resgate para que continuassem a viagem. Caravario e Versiglia protegeram as jovens que estavam com eles para que os não fossem estupradas. Neste período a China tinha uma cultura "anti-ocidetal", influenciados pela propaganda comunista anti-cristã. Os dois missionários foram mortos a tiro no dia 25 de Fevereiro de 1930.

Luigi Versiglia e Callisto Caravario foram beatificados no dia 15 de Maio de 1983 pelo Papa João Paulo II e no dia 1 de Outubro de 2000, foram canonizados pelo Papa João Paulo II, juntamente com os outros 118 mártires chineses.

A exemplo desses santos peçamos a Deus a força e a coragem para nos matermos firmes na nossa fé e no momento de provação que sejamos fortes e corajosos para defender nossa religião.

São Luigi Versiglia e São Callisto Caravario, rogai por nós.

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Nos ajudou com este artigo,
o Salesiano Ronaldo Luís de Souza Pereira, tirocinante no Colégio São José em Campinas, SP.


domingo, 9 de fevereiro de 2014

Beata Eusébia Palomino, menina de fé admirável.


               Espanhola, nascida em 15 de dezembro de 1899, na zona rural da província de Salamanca, Eusébia Palomino Yenes é filha de uma família muito pobre. Quando criança, necessitava pedir esmolas pela rua com seu pai Agostinho Palomino, que após sofrer um acidente no trabalho braçal, não podia mais exercer nenhuma atividade física pesada. Mas havia uma infinita riqueza que esta jovem recebera do pai desde muito cedo: a fé! Nas recordações mais queridas de sua infância estão a participação nas pregações dos missionários que passaram por sua cidade e um grande susto, do qual foi livrada pela intercessão de Nossa Senhora, quando caiu no poço ao tirar água para a família.

                Seu pai, pobre de bens, mas rico dos valores do Sumo Bem, fazia questão de ensiná-la as primeiras lições de catecismo, e instrui-la o mais que podia na bondade e caridade. Aos 10 anos de idade, Eusébia - que desde muito cedo se destacava na disponibilidade em ajudar a quem precisasse, fosse em casa, na paróquia ou na rua - recebe a Primeira Eucaristia e ao que parece logo compreende a perfeita ligação entre este Sacramento e o sentido da oferta de si mesma a Deus e ao próximo.

                Devido a necessidade extrema de sua família, a pequena Eusébia consegue com uma família conhecida o trabalho de babá pela manhã e ajudante na roça da propriedade desta mesma família à tarde. Trabalhando em contato direto com a natureza a jovem desenvolve um encantamento contemplativo pelo Criador de todas as coisas! Com isso, começa a sonhar em se consagrar a Ele!

                Em vista de melhores condições e ainda preocupada com as necessidades da família, Eusébia parte com sua irmã Dolores para Salamanca, onde precisa superar a dor da saudade da casa  e persistir no trabalho que encontrara em um asilo, onde ajudava na limpeza, cozinha, arrumação e costura.

Aí aconteceu um fato singelo e significativo. Capinando a horta do asilo, Eusébia encontra uma medalha de Maria Auxiliadora, foi quase amor à primeira vista. Eusébia sentiu palpitar em seu coração a certeza de que aquela doce Senhora seria companheira de toda a sua vida. Em poucos dias, deu-se o segundo e providencial encontro. Saindo da missa na Igreja dos Jesuítas, vê passar uma procissão com a imagem de Maria Auxiliadora e imediatamente emociona-se, pensando que poderia fazer-se religiosa. Passadas duas semanas, acontece o encontro decisivo. Uma amiga convida-a para ir ao Oratório das Irmãs Salesianas e vendo ali a imagem da sua Auxiliadora sentiu uma voz interior que dizia: “É aqui o teu lugar”.

Passou a frequentar o Oratório assiduamente, até que as irmãs a convidaram a trabalhar com elas, ajudando nos trabalhos domésticos e como assistente do Oratório. Pôde então, amadurecer a ideia de ser irmã religiosa. Porém, o delicado momento histórico da Primeira Guerra Mundial, que assolando a população com uma epidemia de gripe espanhola, matou sua irmã Dolores. Foi preciso buscar grande força em seu coração para ajudar seus pais a superarem tamanha dor. A esta altura Eusébia contava com 17 anos de idade.

Então, apenas em 1921 Eusébia pode ingressar na formação do Instituto das Filhas de Maria Auxilidora, emitindo seus primeiros votos religiosos em 5 de agosto de 1924.

Eusébia sempre foi muito tímida e simples. Não atraía pela espontaneidade, mas pelo carinho e afeto com que realizava as mais simples tarefas. Dedicada no Oratório, na catequese e nas atividades domésticas, Irmã Eusébia destacava-se por sua humildade, singeleza e sinceridade. Encarregada da cozinha, surpreendentemente, atraía para este espaço as jovens que desejavam sua agradável companhia, sempre carregada de fé, palavras de bondade e alegre amizade.

                Irmã Eusébia Palomino morreu em 10 de fevereiro de 1935, após uma doença que perdurara desde 1931, quando, na Revolução Espanhola, tropas do exército invadiram o colégio e obrigaram às irmãs fugirem e refugiarem-se nas casas de cristãos amigos. Naquela situação extrema, em 17 de abril, Irmã Eusébia consagra-se ao Senhor “como vítima de amor para a salvação das pessoas e para o crescimento do Reino de Jesus e de minha mãe Maria”, conforme as palavras que ela própria escreve em sua autobiografia, redigida nos anos de enfermidade. Até 1933, Irmã Eusébia ainda auxiliava nas atividades com as educandas, mas a partir deste ano, quando a República Revolucionária da Espanha, decreta a ilegalidade da Igreja Católica, Eusébia declina ainda mais e vê-se acamada a maior parte do tempo. Por pequena que fosse, quando percebia alguma melhora na saúde, descia para a capela a rezar ou ao pátio, onde reunia em torno de si grande parte das alunas, atraídas pelo sorriso simples e amável de Irmã Palomino. Em 1934, embora no quarto, ainda viveu a alegria da canonização de Dom Bosco, a quem muito amava como pai fundador e em quem se espelhava na confiança plena a Maria Auxiliadora. Nos seus momentos de agonia falava apenas de coisas bonitas do céu, da eternidade feliz e sorrindo, adormeceu na Paz do seu Senhor.

                O povo da cidade, as alunas, as irmãs, que conheciam de perto a heroicidade de Irmã Eusébia Palomino já a consideravam santa e em 25 de abril de 2004, foi declarada bem aventurada pelo Papa João Paulo II.

                Em Eusébia Palomino, encontramos uma mulher consagrada, Filha de Maria Auxiliadora, que como boa salesiana soube viver a espiritualidade cotidiana do cumprimento dos dever e da alegria, que fiel e confiante à Eucaristia e à Virgem Maria viveu o amor-serviço acima de todo o resto. Ou seja, viveu autêntica e apaixonadamente o “da mihi animas Cetera tolle”.
 
 
Este artigo foi escrito por nossa amiga,
Cassiana Ferreira,
noviça das Filhas de Maria Auxiliadora.
Inspetoria Salesiana Nossa Senhora Aparecida - Porto Alegre.
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"Aquilo que fazes aos pequenos, aos simples e necessitados: Deus o recebe".
Beata Eusébia Palomino: rogai por nós!
 
 
 

sexta-feira, 7 de fevereiro de 2014

BEATO PAPA PIO IX, O PRIMEIRO SALESIANO COOPERADOR

             Hoje, 07 de fevereiro, é comemorada a memória do Beato Papa Pio IX, um Santo Pontífice muito amigo de Dom Bosco e que muito ajudou a Família Salesiana.

Seu nome de batismo era Giovanni Maria Mastai-Ferretti, nasceu em uma família nobre na cidade de Senigallia, Itália, a 13 de maio de 1792. Desde criança quis ser padre, mas tinha sérios problemas epiléticos, o que impedia seus estudos. Como tinha muita fé, conseguiu ser curado em Loreto no ano de 1815, fato que sempre foi considerado por ele e pelos seus como uma graça milagrosa.
 
Assim, milagrosamente curado, buscou entrar no seminário para que Deus pudesse agir em sua vida na vocação pela qual se sentia tocado.
 
Foi ordenado sacerdote em 1819. Em 1823 esteve missionário no Chile por dois anos. Com apenas 35 anos, foi nomeado arcebispo de Spoleto e depois de Imola. Foi criado cardeal em 1840, e no dia 16 de junho de 1846 foi eleito Papa.


 
Durante o seu pontificado passou por muitas provações, visto que seu tempo na Cátedra de Pedro foi marcado por muitas mudanças políticas: as revoltas pela unificação da Itália; a instituição da República Italiana; o anti-clericalismo; a perda do poder do Papa nos Estados que eram chamados Pontifícios etc. Enfim, ele teve de se apegar muito a Deus para conseguir passar por todas as perseguições. O fim de parte das perseguições foi alcançado decadas depois com a promulgação do Tratado de Latrão que, entre outras atribuições, criava o Estado do Vaticano, onde o Papa é até hoje Chefe de Estado.
Foi sempre muito devoto da Virgem Maria, tanto que, quando estava exilado por conta das perseguições, consultou o ponto de vista dos bispos da Igreja a respeito da Imaculada Conceição enviando-lhes cartas. Após isso, em 8 de dezembro de 1854, na presença de mais de duzentos bispos proclamou o importante dogma da Imaculada Conceição da Virgem Maria como sendo um sinal de fé da Igreja através da encíclica Ineffabilis Deus.

Em 29 de junho de 1869 publicou a Bula Aeterni Patris com a qual convocou o Concílio Vaticano I, cuja cerimônia de abertura contou com a presença de setecentos bispos no dia 8 de dezembro de 1869. Na quarta sessão solene do concílio, em 18 de julho de 1870, a infalibilidade papal foi declarada um dogma de fé.

Promoveu fortemente a devoção ao Sagrado Coração de Jesus, o que o levou a estender tal festa a toda a Igreja Católica no dia 23 de setembro de 1856, e consagrar o mundo ao Coração de Cristo no dia 16 de junho de 1875, fato que evidenciou ainda mais sua santidade e sabedoria durante o tempo em que ocupou a Cátedra de São Pedro.

Com as várias beatificações e canonizações durante o seu pontificado, em um número sem precedentes, fez com que a santidade na Santa Mãe Igreja se tornasse cada vez mais visível.

Para nós da Família Salesiana, de forma muito especial, o Beato Papa Pio IX foi importantíssimo. Por muitas vezes Dom Bosco foi visitar o nosso Bem-aventurado Pontífice, tanto para pedir-lhe conselhos quanto para ajudá-lo nas questões da Igreja (para quem não sabe, nosso pai Dom Bosco foi fundamental para os acordos entre a Igreja e o governo da Itália republicana). Foi Pio IX quem aprovou as Constituições da Sociedade de São Francisco de Sales, do Instituto das Filhas de Maria Auxiliadora e da Pia União dos Cooperadores Salesianos, sendo ele mesmo o primeiro Cooperador Salesiano.

Pio IX e Dom Bosco nutriam entre si mútua admiração. Dom Bosco afirmou que quando se encontrou com Pio IX pela primeira vez sentiu que realmente estava diante de um homem santo, algo que também foi sentido pelo mesmo Papa com relação a Dom Bosco.

O Papa Pio IX morreu em Roma do dia 7 de fevereiro de 1878, depois de 32 anos de pontificado. Foi declarado venerável por João Paulo II em 6 de Julho de 1985 beatificado pelo mesmo pontífice em 3 de setembro de 2000.

 


Este artigo foi escrito por nosso amigo
Raimundo Luan H. de L. Gonçalo,SDB
Pós-noviço da Inspetoria Salesiana do Nordeste.
 
Santidade Salesiana: eu sei que é possível!